Controladoria Geral do Estado conhece os processos de análise de dados da Receita Estadual 30/08/2019 - 15:53

Uma equipe do Observatório da Despesa Pública (ODP) da Controladoria Geral do Estado (CGE), representada pelo Coordenador da ODP Fernando Barbalho, pelo Analista de Informações Elton Augusto dos Anjos e pelo analista de sistemas Mario Sanchez, estiveram na quinta-feira dia 29/08/2019 na sede da administração central da Receita Estadual do Paraná (REPR) para conhecer a experiência do Fisco paranaense na implantação de seu ambiente analítico.

Durante a reunião o responsável pela Assessoria e Gerência do Ambiente Analítico da REPR, auditor fiscal Glauco Oscar Ferraro Pires, apresentou informações gerais do ambiente analítico do Fisco tais como a arquitetura tecnológica, o volume de dados recebidos e o intenso uso descentralizado da ferramenta de análise (BI) pelos auditores fiscais em seus trabalhos do dia-a-dia. Foram ainda apresentados os controles de acesso aos dados e monitoramento do uso do BI. Também foram mostrados os painéis gerenciais do Boletim de Arrecadação, como exemplo de BI utilizado na REPR e exemplos de como o auditor fiscal consegue, de forma fácil e rápida, criar seus próprios relatórios e visualizações sobre grande volumes de dados, como itens de documentos fiscais.

No encontro foi destacado o interesse da CGE em receber ou acessar dados do Fisco, preservada a questão do sigilo fiscal, reforçando a importante parceria entre Receita Estadual e a Controladoria Geral do Estado.

 

EM PARALELO

Uma investigação realizada pela Receita Estadual do Paraná e pelo Grupo de Atuação Especial do Crime Organizado (Gaeco) identificou treze empresas no estado que sonegaram R$ 33 milhões em impostos em um ano. As informações são do G1.

O Gaeco e a Receita Estadual identificaram que essas empresas existiram apenas no papel, não tinham espaços físicos ou funcionários.

Segundo a Receita Estadual, essas empresas investigadas realizaram a venda simulada de mercadorias, principalmente de produtos agrícolas. Com a venda simulada, elas geravam créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e ao efetuar transações de commodities não pagavam os impostos devidos, usavam esses créditos fictícios.

O Gaeco informou que essas empresas seriam de laranjas, pessoas que não tinham renda compatível com a movimentação milionária realizada.

“As compras e vendas dessas empresas geram entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões. Muito difícil alguém que tenha um capital de R$ 100 mil possa gerir um movimento tão grande em um período de tempo tão curto”, explicou o delegado da Receita Estadual José Carlos Guidotti.

As treze empresas tiveram o registro cancelado pela Receita Estadual. As pessoas que aparecem como donas dessas empresas e os contadores devem ser ouvidos a partir desta sexta-feira (30).

O objetivo é identificar as pessoas que se beneficiaram com a sonegação. Se for comprovado as ilegalidades, os suspeitos podem responder por falsidade ideológica e documental e por sonegação de impostos.

“Ouvindo os sócios, os laranjas, nós vamos identificar e procurar esclarecer de que forma eles passaram a integrar o quadro societário dessas empresas”, afirmou o promotor Jorge Barreto.